A venda de carne suína brasileira ao mercado argentino passa por seu nível mais baixo da história, com um saldo praticamente nulo em fevereiro devido às barreiras à importação impostas pelo país vizinho, informou nesta terça-feira a principal associação exportadora desse setor.
“As exportações em fevereiro são praticamente nulas, pois não há nenhuma autorização liberada”, disse à Agência Efe Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
O executivo explicou que o envio de 30 toneladas de carne suína registrado nos primeiros dias do mês corresponde a autorizações concedidas a cargas de janeiro que estavam retidas na fronteira.
A Argentina começou a aplicar neste mês um sistema de licenças antecipadas de importação para casos específicos, com o propósito de controlar a saída de capital e proteger seu superávit comercial.
Frente a esta situação, Camargo Neto indicou que a associação exportadora manifestou sua preocupação ao governo da presidente Dilma Rousseff.
“O governo nos apoia e está do nosso lado, é ele que está negociando e reivindicando, mas o grande problema é que isto afeta a ideia do Mercosul, uma ideia positiva e bonita, uma realidade da geração dos últimos 20 anos”, ressaltou.
Em 2011, o Brasil exportou cerca de US$ 1,4 bilhão em carne suína, 9% do total ao mercado argentino.
“Tudo isto é uma pena, pois o Brasil é um grande importador de produtos agrícolas da Argentina”, lamentou o empresário.
Camargo Neto também afirmou que a diversificação de mercados, um assunto que não tem relação direta com o litígio com a Argentina, mas que pode ajudar a reduzir o impacto econômico no setor, “é um caminho lento, com progressos especialmente na Ásia, mas lento”.
Fonte: Abipecs
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