O uso de ferro injetável em leitões neonatos tem contribuído de maneira bastante significativa para a melhora do desempenho zootécnico dos leitões, isso porque, durante a gestação, pouca quantidade desse mineral ultrapassa a barreira placentária e fica estocado no fígado dos fetos para ser consumido logo após o nascimento. Além disso, o leite materno, apesar de conter ferro, fornece quantidades diárias limitadas, além das necessidades requeridas pelos recém nascidos.
A importância desse mineral para os leitões deve-se ao fato de que a sua não suplementação pode ocasionar anemia ferro-priva e altas taxas de mortalidade dos animais na maternidade. Esse quadro anêmico, geralmente hipocromicomicrocítico, definido como a redução do número de eritrócitos ou quantidade total de hemoglobina no sangue circulante, tem sido um grande problema na criação de suínos, desde que os suinocultores iniciaram as criações em sistema confinado. Isso ocorre porque os animais recém nascidos são privados de acesso e contato direto com o solo, provedor natural de fontes de ferro, sendo, por isso, necessária a administração do mineral aos animais, desde o início da vida dos leitões.
Apesar de ter contribuído de maneira bastante significativa, as injeções subcutâneas ou intramusculares de ferro dextrano possui inúmeros efeitos negativos, por exemplo, a sensibilidade e dor no local da aplicação, que inibe as mamadas, leitões anêmicos, por baixa absorção de ferro devido às aplicações mal realizadas, febres e calafrios, artrites causadas por contaminação por Streptococcus Suis e Escherichia Coli tendo como porta de entrada o local da aplicação, além do risco da manifestação da grave e nova enfermidade denominada Circovirose. Os leitões necessitam do fornecimento diário e constante de ferro suplementar, contudo, via injetável é administrada aos leitões uma única e maciça dose de ferro.
Em teste comparativo entre o uso de injeções subcutâneas ou intramusculares de ferro dextrano e de suplemento alimentar ultra precoce (SAUP), rico em ferro quelatado em pó, verificou-se que não houve diferença estatística entre os dois suplementos de ferro utilizados, para ambos os sexos, evidenciando a segurança na substituição da atual forma de suplementação de ferro, dextrano injetável, pelo prático fornecimento via arraçoamento seco.
A disponibilização de SAUP, logo ao segundo dia de vida, com o efetivo consumo do produto, possibilitou aos leitões testados, uma maior concentração sanguínea de glicose, em detrimento aos leitões com administração intramuscular de ferro dextrano.
O precoce consumo de SAUP, além de leite materno, forneceu aos leitões uma fonte extra de nutrientes, uma vez que em sua composição, além de ferro, há outros micro e macro minerais, assim como fontes de proteína, extrato etéreo, fibra bruta e cinzas.
A utilização de suplemento alimentar ultra precoce e rico em ferro quelatado em pó (SAUP) é efetivo no controle de anemia ferro-priva em leitões. O fornecimento de SAUP determina maiores concentrações sanguíneas de hemoglobina e de glicose, reduz a mortalidade e problemas sanitários nas leitegadas no período de amamentação e substitui o uso das aplicações injetáveis de ferro dextrano.
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Fonte: Agromundo Adaptação: Revista Veterinária